Imagem do post Secura vaginal: o que causa? Quais os sintomas? O que fazer?

A secura vaginal é um desconforto que pode surgir em diferentes fases da vida e afeta mulheres de todas as idades, tanto na pré-menopausa quanto na menopausa. Esse problema ocorre quando há uma redução na lubrificação natural da vagina, que normalmente protege e mantém o conforto da região íntima1, 2.

Fatores hormonais desempenham um papel importante nesse processo, sobretudo na diminuição do estrogênio — hormônio responsável por manter o tecido vaginal saudável e lubrificado1.

Além disso, o uso de certos medicamentos, como anticoncepcionais, antidepressivos e até tratamentos para alergias, pode interferir diretamente na produção dos fluidos vaginais, o que agrava a sensação de secura3.

Entender os fatores que influenciam essa condição é o primeiro passo para encontrar soluções e recuperar o bem-estar íntimo3.

Neste post, você aprenderá o que é secura vaginal, quais os sintomas do ressecamento nas partes íntimas e as dicas de como aumentar a lubrificação feminina naturalmente.

Resumo:

  • A secura vaginal ocorre quando a lubrificação natural da vagina diminui, o que afeta a elasticidade e o conforto. Geralmente, relaciona-se à queda do estrogênio, que causa incômodo e afeta a vida sexual da mulher3;
  • Diversos fatores podem levar à falta de lubrificação feminina, como alterações hormonais, ansiedade, uso de medicamentos, atrofia vaginal, alergias, falta de estímulo sexual e alimentação desregulada2, 6, 8, 9.
  • Os sintomas de ressecamento incluem sensação constante de secura, coceira, dor durante o sexo, irritação, pequenos sangramentos e maior suscetibilidade a infecções na região íntima3, 5, 12, 13;
  • Para aumentar a lubrificação vaginal naturalmente, é importante investir nas preliminares, adotar técnicas de relaxamento, usar lubrificantes à base de água, aplicar hidratantes vaginais e praticar exercícios íntimos14, 15.

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O que é secura vaginal?

A secura vaginal acontece quando a lubrificação natural da vagina diminui, o que deixa a região menos úmida e elástica. Essa situação ocorre principalmente devido à redução do hormônio estrogênio, fundamental para manter o tecido vaginal hidratado e saudável3.

Com a falta de umidade, a mulher pode sentir desconforto, coceira, ardência e até dor durante a relação sexual. Embora a secura vaginal possa afetar mulheres em qualquer fase, é mais comum após a menopausa, quando os níveis do hormônio sexual caem significativamente4.

Além de afetar o bem-estar físico, o ressecamento nas partes íntimas pode prejudicar a autoestima e a intimidade do casal, em especial da mulher, e tornar a experiência sexual menos prazerosa5.

O que pode ser a falta de lubrificação feminina?

As causas para o ressecamento vaginal podem estar relacionadas a diversos fatores, como alterações hormonais, excesso de ansiedade, vaginite atrófica, uso de remédios, alergias e irritações, falta de estímulo sexual e alimentação desregulada.

Confira em detalhes as causas mais comuns!

1 - Alterações hormonais

O estrogênio, hormônio responsável por manter a lubrificação vaginal, forma uma camada protetora que evita o ressecamento da região íntima2.

Durante a menopausa, no período pós-parto, ao longo da amamentação ou ao usar medicamentos antiestrogênicos para tratar endometriose ou miomas, por exemplo, os níveis desse hormônio sofrem alterações e reduzem a lubrificação natural2.

Nessas situações, o ideal é procurar um ginecologista, que poderá avaliar a necessidade de reposição hormonal2.

Leia mais sobre: Desequilíbrio hormonal: decifrando causas, sintomas e tratamentos

2 - Excesso de ansiedade

A ansiedade, quando impacta o funcionamento normal do corpo, reduz o desejo sexual e afeta a produção de lubrificação vaginal6.

Como resultado, a região íntima fica mais seca, o que causa desconforto durante as relações. Práticas de relaxamento, terapia e exercícios físicos ajudam a reduzir a ansiedade e contribuem para uma lubrificação mais saudável7.

Confira também: Ansiedade pode atrasar a menstruação?

3 - Atrofia vaginal

A atrofia vaginal, conhecida também como vaginite atrófica, ocorre com mais frequência após a menopausa ou no pós-parto8.

Nessa condição, a falta de lubrificação causa ressecamento, coceira e dor durante o sexo, além de aumentar o risco de infecções8.

O tratamento com reposição hormonal, quando indicado por um médico, melhora a elasticidade e a umidade do tecido vaginal, o que pode aliviar esses sintomas8.

4 - Use de medicamentos

O uso de certos medicamentos, como anti-histamínicos e remédios para tratar asma, resseca as mucosas do corpo, o que inclui a vagina9.

Caso perceba a relação entre a secura vaginal e a ingestão desses medicamentos, converse com seu médico para encontrar alternativas ou ajustar a dosagem9.

5 - Alergias e irritações na região íntima

Produtos de higiene íntima não específicos e o uso de calcinhas de materiais sintéticos podem causar alergias, irritações e ressecamento na região vaginal9.

Para evitar esse problema, uma ideia é utilizar produtos formulados para a região íntima e optar por calcinhas de algodão, que protegem a pele e reduzem as chances de irritação9.

6 - Falta de estímulo sexual

A falta de estimulação adequada durante o contato íntimo diminui a produção de lubrificação natural, o que gera desconforto e dor10.

O aumento do tempo de preliminares e uma conexão maior com o parceiro ajudam a estimular a produção de lubrificação e tornam o momento mais prazeroso e confortável10.

7 - Alimentação desregulada

Uma alimentação equilibrada auxilia na produção de lubrificação feminina. Incluir alimentos ricos em fitoestrogênios, como soja, linhaça e grão de bico, ajuda a estabilizar os hormônios e aumentar a umidade do corpo11.

Além disso, evitar açúcar e carboidratos refinados e priorizar frutas, vegetais, proteínas e gorduras saudáveis mantém a saúde hormonal em equilíbrio e melhora a lubrificação íntima11.

Quais os sintomas de ressecamento nas partes íntimas?

Os sintomas de ressecamento nas partes íntimas podem se manifestar de diferentes formas e variam de leves desconfortos, como coceira e ardência, a incômodos mais intensos, como dor durante o sexo, irritação e infecções.

A seguir, veja os principais indícios que sinalizam a falta de lubrificação nas partes íntimas!

1 - Sensação de secura constante

O primeiro sinal de secura vaginal é a sensação de falta de umidade, que pode surgir de forma contínua ou se intensificar durante as relações sexuais3.

Essa sensação muitas vezes faz com que a mulher perceba a região menos flexível e mais áspera do que o habitual3.

2 - Coceira e queimação

Quando a lubrificação natural diminui, a pele vaginal perde a proteção e fica mais exposta, o que resulta em coceira e uma sensação de queimação3.

Esses sintomas podem surgir em qualquer momento do dia e tornam-se especialmente incômodos durante atividades simples, como caminhar ou sentar3.

3 - Dor e incômodo durante as relações sexuais

O ressecamento torna o ato sexual desconfortável, o que causa dor e uma sensação de fricção que impede o prazer5.

Muitas mulheres descrevem a experiência como se a pele estivesse “esticando” ou “raspando”, o que pode transformar a intimidade em algo doloroso e desmotivador5.

4 - Irritação e sensibilidade na região íntima

A falta de umidade também deixa a pele mais sensível e suscetível à irritação. A região ao redor da vagina pode ficar avermelhada, sensível ao toque e até apresentar pequenas lesões devido ao atrito com roupas ou durante a higiene íntima5.

5 - Pequenos sangramentos inesperados

Em casos de secura intensa, a fragilidade da pele pode causar pequenas fissuras que resultam em sangramentos leves, sobretudo após o sexo ou durante atividades do dia a dia12.

Esse sintoma serve como um alerta de que a mucosa vaginal precisa de atenção e cuidados imediatos12.

6 - Maior propensão a infecções

O ressecamento altera o ambiente natural da vagina e afeta o equilíbrio do pH, o que torna a região mais vulnerável a infecções urinárias, como candidíase e cistite13.

5 dicas práticas de como aumentar a lubrificação feminina naturalmente

A secura vaginal pode ser desconfortável, mas existem formas naturais e eficazes de aumentar a lubrificação e recuperar o prazer e bem-estar, em especial durante as relações sexuais.

Confira algumas dicas que podem ajudar a melhorar a umidade íntima!

1 - Invista nas preliminares

As preliminares desempenham um papel fundamental na lubrificação feminina. Ao dedicar tempo para estímulos e carícias, o fluxo sanguíneo aumenta na região genital, o que resulta em mais lubrificação e preparação para o ato sexual14.

2 - Adote técnicas de relaxamento

O estresse pode interferir diretamente na lubrificação vaginal, por isso, práticas, como ioga, meditação e exercícios de respiração profunda, ajudam a relaxar o corpo e a mente14.

3 - Use lubrificantes à base de água

Quando a lubrificação natural não é suficiente, os lubrificantes íntimos à base de água oferecem uma solução segura e eficaz14.

Além de manter o pH vaginal equilibrado, reduzem o risco de infecções e proporcionam mais conforto durante o ato sexual. Prefira sempre os produtos de qualidade e próprios para a região íntima14.

4 - Hidrate a região íntima com hidratantes vaginais

Hidratantes vaginais ajudam a manter a umidade da região ao atrair água para a parede vaginal14.

Para obter os melhores resultados, aplique esses produtos até três dias antes do ato sexual para garantir uma hidratação completa e mais conforto durante o momento íntimo14.

5 - Pratique exercícios para a região íntima

Exercícios como o pompoarismo fortalecem os músculos do períneo e da vagina e promovem uma circulação sanguínea mais eficiente15.

Com a prática regular, aumentam a sensibilidade e a lubrificação, além de contribuir para uma melhor saúde íntima15.

Como resolver a secura íntima?

Para resolver a secura íntima, é possível adotar algumas práticas naturais que ajudam a aumentar a lubrificação vaginal. Investir nas preliminares durante as relações sexuais, praticar exercícios de relaxamento como ioga e meditação, usar lubrificantes à base de água e aplicar hidratantes vaginais com antecedência são boas opções14, 15.

Além disso, exercícios para a região íntima, como o pompoarismo, fortalecem a musculatura e estimulam a circulação sanguínea, aumentando a lubrificação de forma eficaz14, 15.

Tem tratamento para ressecamento?

Sim, existe tratamento para o ressecamento vaginal. A reposição hormonal, indicada por um ginecologista, pode ser eficaz em casos em que há redução do estrogênio, como na menopausa ou no pós-parto2.

O uso de cremes vaginais com estrogênio, ajustes na alimentação e técnicas de relaxamento também contribuem para melhorar a lubrificação. Em todos os casos, o acompanhamento médico é essencial para identificar a melhor abordagem e garantir um tratamento adequado para a secura vaginal14.

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Conheça o autor

1 - NHS. Vaginal dryness [Internet]. nhs.uk. 2017. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/vaginal-dryness/. Acesso em: set.2024.

2 - Padrão hormonal feminino: menopausa e terapia de reposição - 48n.3 [Internet]. Revista RBAC. Disponível em: https://www.rbac.org.br/artigos/padrao-hormonal-feminino-menopausa-e-terapia-de-reposicao-48n-3/. Acesso em: set.2024.

3 - Women’s Health Concern | Confidential Advice, Reassurance and Education [Internet]. Women’s Health Concern. Disponível em: https://www.womens-health-concern.org/wp-content/uploads/2023/11/25-WHC-FACTSHEET-VaginalDryness-OCT2023-B.pdf. Acesso em: set.2024.

4 - Edwards D, Panay N. Treating vulvovaginal atrophy/genitourinary syndrome of menopause: how important is vaginal lubricant and moisturizer composition? Climacteric. 2015 Dec 26;19(2):151–61. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26707589/. Acesso em: set.2024.

5 - When Sex Is Painful [Internet]. www.acog.org. Disponível em: https://www.acog.org/womens-health/faqs/when-sex-is-painful. Acesso em: set.2024.

6 - Lucena BB de, Abdo CHN. O papel da ansiedade na (dis)função sexual. Diagn tratamento [Internet]. 2013. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-677910. Acesso em: set.2024.

7 - Carcelén-Fraile M del C, Aibar-Almazán A, Martínez-Amat A, Cruz-Díaz D, Díaz-Mohedo E, Redecillas-Peiró MT, et al. Effects of Physical Exercise on Sexual Function and Quality of Sexual Life Related to Menopausal Symptoms in Peri- and Postmenopausal Women: A Systematic Review. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2020 Apr 14;17(8):2680. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7215442/. Acesso em: set.2024.

8 - Flores SA, Hall CA. Atrophic Vaginitis [Internet]. PubMed. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK564341/. Acesso em: set.2024.

9 - Ito K, Takamatsu K, Nohno K, Sugano A, Funayama S, Katsura K, et al. Factors associated with mucosal dryness in multiple regions and skin: A web-based study in women. Journal of Obstetrics and Gynaecology Research. 2017 Apr 19;43(5):880–6. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28422418/#:~:text=Results%3A%20Dry%20eyes%20were%20associated,discharge%3B%20and%20dryness%20of%20the. Acesso em: set.2024.

10 - Female sexual dysfunction - Symptoms and causes [Internet]. Mayo Clinic. 2018. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/female-sexual-dysfunction/symptoms-causes/syc-20372549. Acesso em: set.2024.

11 - Kudesia R, Alexander M, Gulati M, Kennard A, Tollefson M. Dietary Approaches to Women’s Sexual and Reproductive Health. American Journal of Lifestyle Medicine. 2021 May 8;155982762110071. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8299929/. Acesso em: set.2024.

12 - Jeanmonod R, Skelly CL, Agresti D. Vaginal Bleeding [Internet]. Nih.gov. StatPearls Publishing; 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470230/. Acesso em: set.2024.

13 - Vaginal Dryness: Causes & Treatment [Internet]. Cleveland Clinic. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/symptoms/21027-vaginal-dryness. Acesso em: set.2024.

14 - João D. Balduíno,Janice I. Baldwin. Vaginal Lubrication. Reference Module in Neuroscience and Biobehavioral Psychology, 2018. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/topics/immunology-and-microbiology/vaginal-lubrication. Acesso em: set. 2024.

15 - Licia P. Cacciari,Anice C. Pássaro,Amanda C. Amorim,Isabel CN Sacco. High spatial resolution pressure distribution of the vaginal canal in Pompoir practitioners: A biomechanical approach for assessing the pelvic floor. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268003317301274. Acesso em: set. 2024.

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