Tire cinco dúvidas frequentes sobre a menstruação
A menstruação, infelizmente, ainda é tabu para muitas pessoas. Logo, o receio em falar no assunto pode gerar diversas dúvidas, mesmo para quem tem o costume de visitar regularmente seu ginecologista. Pensando nisso, separamos algumas das dúvidas mais frequentes sobre a menstruação para responder e desmistificar possíveis conceitos errados sobre esse processo tão natural às mulheres.
Como saber se meu ciclo menstrual é normal?
Um ciclo menstrual normal na adolescência tem duração de dois a seis dias e intervalo entre um ciclo e outro de 21 a 35 dias. A perda de sangue fica em torno de 30 a 80 mL (isso corresponde a uma troca de quatro a seis absorventes bem molhados por dia). Variações deste padrão podem indicar anormalidades no organismo e o que deve se fazer é buscar orientação médica¹.
Vale lembrar que durante os primeiros 12 a 18 meses os ciclos são frequentemente irregulares e sem ovulação, devido à imaturidade do eixo H-H-O (hipotálamo-hipófise-ovários). Os níveis inconstantes de estradiol resultam em menstruações em períodos de tempo variáveis a cada 3 a 4 meses e de curta duração¹.
Como saber se vou menstruar?
É importante ficar atenta ao corpo, pois ele sempre dá sinais de mudança. Durante a fase lútea (após a ovulação), uma série de sintomas surgem e caracterizam o período que conhecemos como TPM². Os sinais mais frequentes são:
- Físicos: seios doloridos, dores de cabeça; distensão abdominal e inchaço das extremidades;
- Emocionais: ansiedade, irritabilidade, agressividade e isolamento social2.
Tudo isso ocorre devido à oscilação dos níveis dos estrógenos e da progesterona no ciclo menstrual³. Vale salientar que os sintomas devem desaparecer com o início do fluxo menstrual², então fique atenta e procure seu ginecologista sempre que achar necessário.
Anemia pode interromper a menstruação?
Na maioria das vezes, a anemia é uma consequência do baixo consumo de ferro ou da perda excessiva deste mineral. Acontece que distúrbios alimentares e restrições dietéticas podem alterar o equilíbrio endócrino, que é responsável por regular as funções reprodutoras femininas. Então, sim! A anemia pode influenciar na menstruação, atrasando a sua chegada ou mesmo a interrompendo por completo4.
Estresse pode atrasar a menstruação?
Nem sempre menstruação irregular, atrasada é sinônimo de gravidez. O ciclo menstrual pode ser influenciado por fatores externos ao sistema reprodutor. Estresse e ansiedade são capazes de gerar alterações emocionais. Tais alterações podem afetar a produção hormonal, fazendo com que a menstruação atrase por alguns dias¹.
Problemas no trabalho ou na família podem acabar interferindo no ciclo normal em mulheres mais sensíveis. Mas, em caso de atraso e suspeita de gravidez, o melhor é fazer um teste de gravidez e sanar a dúvida.
Posso praticar atividade física menstruada?
Pode e deve! A prática de exercícios físicos interfere favoravelmente no ciclo menstrual. A atividade física promove o melhor funcionamento dos órgãos pélvicos e extrapélvicos por adequar o metabolismo e, principalmente, o fluxo sanguíneo da região pélvica. Isso contribui para o alívio da cólica, por exemplo. A liberação de endorfina durante o exercício também ajuda a reduzir a ansiedade, a tensão e outros fatores5.
Então, nada como uma roupa confortável, e praticar exercícios, e lembrando de respeitar sempre os seus limites e de fazer uma avaliação médica antes de iniciar atividades físicas regulares!
Um ciclo menstrual normal na adolescência tem duração de dois a seis dias e intervalo entre um ciclo e outro de 21 a 35 dias.
Referências:
- Beznos GW. Distúrbios menstruais. Pediatr Mod. 2002 Ago;38(8):372-375.
Paiva SPC, Paula LV, Nascimento LLO. Tensão Pré-Menstrual (TPM): Uma revisão baseada em evidências científicas. Femina. 2010 Jun; 38(6): 311-5.
Brilhante AVM, Bilhar APM, Carvalho CB,et al. Síndrome pré-menstrual e síndrome disfórica pré-menstrual: aspectos atuais. Femina. 2010 Jul; 38(7): 373-8.
Vilaradi TCC, Ribeiro BG, Soares EA. Distúrbios menstruais em atletas femininas e suas inter-relações. Rev. Nutr. 2001 Jan/abr; 14(1): 61-9.
Quintana LM, Heinz LN, Portes LA. et al. Influência do nível de atividade física na dismenorréia. RBAFS. 2010 15;( 2):101-4.